segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A CIA/AMAL monta o seu PEC



Macário Correia, líder da Comunidade Intermunicipal do Algarve e presidente da CMF, sentado à mesa com os seus congéneres, liderou com facilidade um novo plano de aumentos de impostos camarários, golpeando ainda mais os cidadãos e as empresas do Algarve.

Perante a bancarrota quase generalizada das autarquias algarvias, esta estratégia soa como música para os ouvidos dos seus responsáveis, afectados pela crise que ajudaram a produzir, levando à exaustão a exploração dos recursos e à incapacidade de cumprir os compromissos assumidos em permanente ar de festa.

Parceiros no despesismo governativo e na fabricação do PEC nacional, os edis algarvios repartidos por PS e PSD, não olhando para os sacrifícios impostos pelas medidas governamentais, ainda se preparam para agravar as condições de vida das populações e funcionamento das empresas, planeando ao extremo as cobranças de IMI, derramas e percentagem do IRS.

Todos estes aumentos escandalosos, que se seguem a outros sobre as taxas de ocupação de via pública e do preço do bem vital que é a água, que arrasta por acréscimo as taxas de resíduos sólidos e águas residuais, são para derreter em corpos pesados da administração pública, onde se incluem os sugadores de dinheiro – as empresas municipais – e pagamento de tesouraria atrasada.

Desenganem-se aqueles que vêem nesta exploração desenfreada dos munícipes, uma forma de resolver os seus principais problemas estruturais, desde a falta de escolas, creches e ATL, habitação social, cuidados de saúde de proximidade e prolongados ou novas estradas e reabilitação urbana.

Com os cortes anunciados pelo Governo nas dotações às autarquias, estas soaram logo o alarme da falta de capacidade para acorrer ao associativismo e às actividades sociais, contribuindo conscientemente para mais degradação do tecido social.

As estruturas autárquicas da região, tal como no resto do país, têm-se afastado das populações para assentarem os seus objectivos ao serviço de clientelas, recorrendo a práticas com e muitas vezes sem suporte legal, onde as derrapagens de custos são um traço muito acentuado do manobrismo local, delapidando os recursos necessários para outras acções.

As decisões da CIA/AMAL, adicionadas à tramóia das portagens e à gravidade do roubo que o PEC irá produzir nas magras carteiras dos cidadãos, substantivam o que vimos denunciando, a falta de carácter dos políticos burgueses em pôrem os outros a pagar a forma desastrada como geriram os dinheiros e o património públicos.

A reunião realizada para determinar a concertação entre autarcas sobre os aumentos e as formas de os fazerem aprovar nos seus castelos, contudo, não disse à claridade o que sabe e o que se está congeminando para vergar os algarvios quanto ao pagamento na Via do Infante, que como denunciámos em tempo próprio, passaria pela ilusão da circulação gratuita temporária para os locais, como se os custos a suportar pelos de fora não viessem influenciar pela negativa a economia regional.

É por isso que, as entidades nacionais e regionais estão promovendo a ideia de uma aceleração e concertação dos números sobre o Turismo, com intuitos propagandísticos de retoma e falsos proveitos, apenas baseados na procura nacional em Julho e Agosto, iludindo o aumento das ofertas e a quebra evidente de receitas, que se revelarão insuficientes para garantir os quadros de emprego e o cumprimento dos compromissos agravados com as suas políticas.

O Inverno vai cavar a sepultura de mais empresas algarvias, dando forma às teorias das mortes positivas e as que resistirem e se empenharem, entram no novo ciclo de actividade fazendo contas à incorporação dos custos de circulação e menos clientes, uma vez que as medidas recessivas não são acompanhadas de maior número de dinamizadoras.

Todos estes problemas passam ao lado das preocupações da CIA/AMAL, cuja história se identifica com o mau estado geral do Algarve e pouco mais…


Luis Alexandre

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