sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Que oportunidades para a Ria Formosa?


Por um passo de imaginação concursiva, a Ria Formosa, de uma relativa tranquilidade saltou para a ribalta e este reconhecimento de carácter nacional e com inevitável projecção internacional, pode encobrir interesses e colocar novos e mais graves problemas de aproveitamento e preservação de um espaço que foi usufruído de forma equilibrada pelas populações e abusada por ignorantes e oportunistas acarinhados pela força do poder.

O mesmo poder que assentou arraiais nas suas margens, dotado de um nome pomposo e enorme falta de vista e sensibilidade, ungido das mais diversas teorias de benefícios de intervenção e que na prática foram montando matérias de recriminações várias e medidas de atropelamento de actividades tradicionais e de sobrevivência, quando nas barbas viam remexer os fundos e inundar de excrementos o alvo dos seus empregos.

A Ria Formosa, cujo nome faz jus à sua secular beleza, perante a exaustão da exploração dos melhores espaços de frente de mar ao longo do Algarve, aparece aos olhos dos especuladores e devoradores de novas áreas de oferta, como uma larga janela de investimentos com elevado potencial que, se não estivermos alerta, com o beneplácito dos diferentes níveis de poderes públicos será devassada em detrimento das populações que terão de pagar caro para o seu usufruto.

Nos últimos anos, os abutres do betão, que já vêm ocupando as margens da Ria Formosa e não param de congeminar outros voos, usam de toda a paciência e influência junto dos órgãos de decisão política, a que não serão alheias as montagens políticas consubstanciadas no actual Programa Polis Ria Formosa e nalguma opacidade das suas práticas.

A Ria Formosa consagrada aos olhos do mundo, continua a ter uma função científica de espaço natural, onde a harmonia da presença do homem simples com a natureza nunca foram um problema, contribuindo para a agregação, educação e sustento de milhares de famílias.

A história da Ria Formosa não pode ser ignorada nos seus factores dinâmicos e as decisões sobre questões de legalidade e quaisquer planos de desenvolvimento futuros, terão de passar pelos parceiros activos que a respeitaram na co-habitação.

O grande capital quando se mexe e manda mexer, apoia-se invariavelmente no autoritarismo político e na negação das verdades que mais tarde se tornam em evidências, soprando a arrogância e as cedências aos interesses dos PIN, ou outro nome que venham a ter, espreitando a venda e o esquartejar deste espaço.

Os milhares de hectares da área protegida da Ria Formosa têm uma história evolutiva em direcção degenerativa, iniciada há cinco décadas atrás, com a invasão e transformação dos espaços húmidos nos concelhos de Faro e Loulé, os mais atingidos, não para fins produtivos e de preservação mas, para pura especulação imobiliária.

Não basta divulgar a Ria Formosa como um santuário da costa Atlântica, onde a explosão procriativa sempre teve um exponencial inigualável e conscientemente ameaçada pela mão dos homens.

O maior elogio e a melhor medalha que se deve atribuir, é a do respeito e defesa da sua dimensão de equilíbrio no eco-sistema do sul do país e da Europa.

Os cidadãos privilegiados desta frente de mar, têm todas as razões para redobrarem a sua atenção, porque os perigos espreitam.


Luis Alexandre

4 comentários:

Anónimo disse...

O que está em causa é o que o articulista nos transmite. Verdades expostas à sua maneira que estão no seguimento de outros alertas dados por personalidades acima de qualquer suspeita de parcialidade.Até prova em contrário os mentores e gestores deste Polis devem permanecer em altíssima suspeição: é só analisar tudo o que já ocorreu. Embora às vezes não pareça há, haverá sempre pessoas para quem a honra não tem preço e como tal não serão coniventes com manobras que ponham em causa o bem comum; correndo riscos, no mínimo darão a conhecer o que sabem.

Anónimo disse...

ESTE É IGUAL AO CIDADÃO...
MUITO BAGAÇO...

Anónimo disse...

Hó pá,essa cabecinha é que não acompanha a coisa.é fracota.Resumindo é muita areia pra´tua camioneta.

Anónimo disse...

Esse tal cidadão nem no exame da antiga 3ª classe passava.
Quem souber quem é que lhe faça ver que só faz é figura de urso e envergonha os Albufeirenses.