domingo, 12 de setembro de 2010

E qual é a rentrée do povo?


Com os políticos a regressarem de férias e indisfarçadamente satisfeitos com o seu trabalho no PEC e com a aparente conformação dos portugueses que não as perturbaram, a crise, que também ficou em piloto automático, vai retomar o seu caminho, contando com as energias bronzeadas de quem nem se deu conta da insignificante perda de 5% dos salários.

Com a imensa maioria dos portugueses a ficarem em casa a contarem os tostões e a desfazerem-se dos pertences para o imediato, outra parte, ainda viu o fogo reduzir o mapa florestal de sustento e aumentar a magreza dos seus parcos bens e haveres.

Contudo, o ministro dos fogos acompanhou de perto as situações, elogiou o sofrimento, as perdas e a capacidade dos bombeiros, prometeu ajudas e congratulou-se pela máquina que montou, não para a eficácia da prevenção mas, pelas respostas que fizeram com que este não fosse o pior dos anos e manchasse o seu curriculum. Deixou claro, que ainda houve piores ministros.

Julgando trazer o povo pela trela e à espera da sua direcção, um a um, os partidos vão reabrindo as portas e trazem as línguas e as ideias afiadas para mais um impulso na recuperação do país que derrubaram, tendo pela frente o défice que criaram com o seu despesismo e tem de ser combatido por ordem dos patrões de Bruxelas, por via de um OE ainda mais gravoso para a vida da população.

Sócrates, insuflado pelos erros de sofreguidão e inexperiência do adversário Passos Coelho, no seu habitual discurso de homem predestinado da Nação, atirou a matar sobre as contradições do discurso do Pontal, menosprezando as convergências de suporte do PSD no passado recente e que lhe poderá custar caro no futuro.

A rentrée do PS, em tom de mangas arregaçadas para a continuação das políticas de salvação do sistema capitalista português, tem nas palavras a defesa do Estado social e na prática o aumento sub-reptício dos serviços que presta e sempre em nome do bem público.

Prometendo um OE de combate da despesa, em concordância com o seu comparsa laranja, este continuará a fazer-se pelo lado dos direitos constitucionais da população, com destaque para as áreas da saúde, ensino, transportes, energia, combustíveis, bens essenciais, pelo sofrimento dos desempregados e pela perseguição fiscal da camada baixa das empresas.

Nesta rentrée, o povo não conta, tem a sua missão definida, pagar os devaneios da conjuntura política, cujos horizontes se centram na disputa acérrima do poder.

Os partidos marginais desse poder, CDS, BE e PCP, conhecendo a inalteração do quadro de supremacia de PS e PSD, a profundidade das disputas, ambiguidades, compromissos e contradições que arrastam com a bênção do presidente da República no seu papel de locomotivas da recuperação do sistema capitalista, agitam-se em propostas para os papéis de muletas num possível cenário futuro de coligações ou contratos parlamentares.

A dimensão da crise e a incapacidade de a resolver, está bem patente na confusão política instalada nos diversos órgãos e nos partidos do poder burguês, nos números da economia e da situação financeira, recaindo as consequências e os custos sobre aqueles que não têm quaisquer culpas.

Falta ao povo português, perceber como fazer a sua rentrée… e aplicar as políticas que lhe servem.


Luis Alexandre

3 comentários:

CIDADÂO disse...

Alternativas,camarada.alternativas.
quais são?havera?na conjetura actual.se sim,quais?tudo esta em mudança.agora saber qual o caminho certo nesta mudança,requer inteligencia e descenimento,o que é dificil,numa sociedade de facilidades.a tecnologia retirou-nos postos de trabalho.as tecnologias de informação intoxica-nos com lixo.o clube bilderberg governam o nosso"mundo".o que fazer?como lutar?por experiencia a luta contra o ruido é impropria para pacifistas,assim sendo,será aluta armada o caminho???? o desespero nunca foi bom amigo.pelo ruido temos o Xufre(filho)como antagonista,facil de resolver.quqnto o resto(que até é pouco) será mais complicado,mas possivel.

Anónimo disse...

Cidadão,
valha-te Deus que nunca se entende nada do que escreves. Nada faz sentido.
Passa a escrever antes de beberes os bagaços.

Anónimo disse...

O Xufre é antagonista do ruído???

"as tecnologias de informação intoxica-nos com lixo": diga? sabe o que são tecnologias de informação?

Há pessoas que deviam ser proibidas de se aproximarem de um teclado...