terça-feira, 24 de novembro de 2009

O CASO ALISUPER E OS SALÁRIOS EM ATRASO

MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA!




O líder regional do partido do Governo e deputado da Nação pelo Algarve, Miguel Freitas, resolveu, finalmente, intervir no processo de degenerescência da Alisuper.


Decorreram meses com os trabalhadores a sofrerem na pele as consequências de um processo alheio às suas responsabilidades e só depois das queixas destes aos sindicatos e da mediatização do caso, é que vão activar o Fundo de Emergência da Segurança Social.

Mais vale tarde do que nunca mas, os políticos regionais têm de arcar com as responsabilidades políticas do extremo a que deixaram chegar a situação, não só dos trabalhadores mas da empresa em si, cujos sinais de má gestão aliadas à conjuntura económica, prenunciavam o momento que se vive.

Pretende o senhor deputado, levar as suas preocupações à possibilidade de salvar a empresa, abrindo negociações com os credores, facto que não dissipa as dúvidas, se tal intervenção não virá muito tarde.

A estrutura pesada e os custos de funcionamento desta rede de supermercados, são como todos os pequenos e micro empresários, vítimas do exagero de oferta na região, factos que não foram acautelados e agora se abatem não só sobre esta empresa mas, de milhares de outras que deveriam merecer o mesmo respeito.

Miguel Freitas, invoca o papel social da empresa Alisuper, em virtude dos seus 500 trabalhadores e ignora os muitos milhares que viveram as mesmas vicissitudes no passado recente, sem que o mercado de trabalho tenha gerado condições para a sua integração.


Contudo, olhando para a realidade envolvente, todos os factores de mercado que abriram as portas das dificuldades em crescendo da Alisuper, só têm tendência para piorar. O esmagamento das margens de lucro e das vendas, que conduziram à instabilidade financeira, já está a atingir os grandes espaços, ao ponto da deflação ser uma das suas medidas de resposta.

No quadro difícil que está criado, qualquer engenharia financeira que a intervenção do senhor deputado e do Governo venham a intermediar ou a construir, dificilmente deixará de passar pela reestruturação da empresa, com os cortes inevitáveis em custos de estruturas, de pontos de vendas e de trabalhadores.

O momento exige que se fale verdade!



FORUM ALBUFEIRA

2 comentários:

CAÇA CROMOS disse...

É pá decide-te!
Se não intervêm é pq não intervêm, se intervêm é pq intervêm...
Porra!
Arre!

alpha disse...

Viver acima das possibilidades. Nada mais do que isto. Quando a Alicoop investiu na fábrica do Inglês pôs a corda ao pescoço. Até essa data tinha tudo para ser uma grande empresa e o seu negócio de franchising de supermercados tinha tudo para dar certo. Mas, quais tubarões a antever o cheiro da carne, a empresa tornou-se demasiado apetecivel e o sr. José António tratou de dar emprego ao amigo, ao primo, ao tio. E estes consequentemente a darem empregos aos mesmos tios, primos e amigos. Claro que tudo isto resultou no incrível de existirem mais funcionários nos escritórios do armazém do que no armazém propriamente dito. Lamento muito este caso porque atinge muitas famílias. Entres as quais a minha. Mas adiante, se foi com a força e capacidade de luta e reacção dos seus trabalhadores também é com esta mesma força que o processo se resolverá. É triste é ver o descaramento com que tudo isto foi feito, sempre com a benesse das mais altas instâncias. Surgem também nos bastidores hipóteses do Pingo Doce adquirir toda a rede de supermercados Alisuper. Isto foi falado por um dos encarregados da antiga Macral mas sinceramente desconheço a sua veracidade.