quarta-feira, 10 de novembro de 2010

política à moda de albufeira (58)

Albufeira vive o eclipse total em matéria de oposição. A dupla liderante do concelho, Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa e o PSD, conseguem satisfazer a panóplia de interesses dos seus apaniguados e dos agregados partidários que lutam para sobreviver.

As políticas oportunistas ao serviço dos sectores da classe abastada e dominante que nortearam a condução da vida social, económica e financeira do concelho, causando o fosso entre o valor do trabalho e a acumulação capitalista e que o empurraram para a descaracterização e empobrecimento, que de ano para ano são mais evidentes, tiveram livre curso com o silêncio cúmplice e até de aproveitamento dos supostos opositores.

O CDS sempre foi uma miragem e o PCP evaporou-se. Particularmente este último, que deteve alguma influência entre a população no período pós 25 de Abril e foi ficando isolado e desmascarado pelo encobrimento dos ataques aos interesses dos trabalhadores e pela falsidade do seu papel em os cavalgar para as suas estratégias de poder.

O PCP desapareceu dos órgãos autárquicos locais, porque a população não se revê nas propostas e actuações.

Também o novo fenómeno que resultou da salganhada da engenharia política do capital para o controle e desvio das intenções revolucionárias do povo, que dá pelo nome de BE, fez uma incursão pára-quedista neste território, substituiu a CDU na assembleia municipal e as ilusões do povo ficaram enterradas como nas anteriores experiências.

O confrangedor partido dito socialista, pioneiro das lavagens cerebrais da população em serviço dos grandes interesses que se vieram instalar em Albufeira, depois do xufrismo proveitoso que iniciou o processo degenerativo do concelho, massificando em nome do progresso, chegou ao estado lastimoso de hoje, onde uma velha geração de derrotados e anafados compinchas detêm o poder no órgão directivo local e procuram o realinhamento dos seus interesses pessoais na base da fraca memória da população.

Com os valores acrescentados das gestões governativas nacionais e locais apropriados e levados para outras paragens, na cidade e no concelho ficaram os problemas estruturais, como os salários baixos, os preços especulativos dos bens essenciais, má cobertura no ensino e na saúde, menos visitantes e menos tempo de permanência que se traduzem em desemprego e longa quebra de rendimentos, aumento da criminalidade e outros desajustamentos sociais de risco.

A política em Albufeira teve o crivo do serviço ao capitalismo selvagem, orientado a partir dos governos da autarquia, liderados por PS e PSD.

Daqui a pouco menos de 3 anos temos a saída forçada de Desidério Silva, se por golpismo dito democrático não houver saída antecipada para facilitar a auréola do candidato futuro, e, o ambiente político continua de paz podre, com a oposição na sonolência do compadrio e da incapacidade.

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