sábado, 26 de dezembro de 2009

O CLIMA, A ONU E QUEM MANDA


Escrevi no decurso da cimeira de Copenhaga, que as potências poluidoras e poderosas, se iriam apresentar com os dois pés atrás, ou, dito de outra maneira, de mãos vazias quanto a quaisquer compromissos sobre acções e metas reais.

Na realidade, estas posições, assentam na constatação de que ainda têm espaço de manobra política entre as nações e na opinião pública, de que os efeitos catrastóficos que pendem e se abatem sobre os povos e regiões mais afectadas, não chegaram à saturação e à revolta por outros meios.

A ONU, como sociedade de nações, que liderou as negociações preparatórias da cimeira e despendeu as suas energias e verbas ao longo de dois anos, sai derrotada e colocada num plano secundário, porque os senhores do mundo não tinham intenções coincidentes e fizeram os jogos de diplomacia paralela para darem forma aos seus exclusivos interesses.

A cimeira de Copenhaga foi um fracasso esperado, lia-se nas entre linhas das declarações das segundas linhas e com a chegada dos chefes, tudo ficou claro para o mundo. Não poderia haver decisões vinculativas mas havia muitos milhares de milhões de dólares para industriar os líderes das nações pobres a aceitarem o progresso dos poluidores.

Nestas farsas, que deixam quase tudo como estava sobre direitos de poluição, existe outro lado importante a considerar que é a quantidade de informação produzida, as acções de rua protagonizadas por toda a parte e os efeitos de tomada de consciência das pessoas.

As cimeiras têm vindo em crescendo, Quioto foi um passo em frente e contribuiu decisivamente para a maior mobilização e para a mais aprofundada discussão de sempre na cimeira de Copenhaga.

As principais figuras políticas e apesar da concertada falta de acordo, viram-se obrigadas a renovarem afirmações de reconhecimento da gravidade do aquecimento global, das suas consequências e dos novos problemas que se levantam.

Mais uma vez o mundo falha na prevenção, preferindo apostar nos custos exagerados das situações imprevisíveis que advirão.

Os dados da questão estão lançados, a opinião mundial está mais atenta do que nunca e os dirigentes políticos serão responsabilizados pelo acréscimo e violência das catástrofes naturais.

Luis Alexandre

1 comentário:

Luciano disse...

Estas cimeiras são SÓ para arranjar desculpas para os governos de países civilizados subirem os impostos sobre os produtos petrolíferos. Acho que não é muito difícil perceber isso.