Não sabemos quanto tempo mais vamos precisar para perceber as teias desta versão do sistema capitalista em que embrulham todo um povo mas, uma coisa fácil de entender, é que as promessas que fazem e as premissas com que pedem sacrifícios, nunca se cumprem.
De crise em crise e sem rebuços de linguagem, o argumentário político visa a ilibação dos seus responsáveis, que se revezam, mancomunam, protegem e satisfazem com o poder, recuperando as acusações de improdutividade, desleixo e incompetência da produção e dos “excessos” cometidos pelos salários generalizadamente baixos para, depois, dar seguimento aos hipocritamente fundamentados ataques aos direitos e conquistas do trabalho.
O que é conquistado em esforço, através de meses e anos de lutas, é desbaratado pelos golpes planeados do capitalismo, que depois de ter causado a implosão dos mercados pelo descontrolo da sua apetência, tem um repetido leque de medidas de salvação própria.
Os lucros fabulosos da produtividade, escondidos pela Banca e apadrinhados pela habilidade dos jogos de poder, faltam nas tesourarias para as obrigações porque foram acumulados no grande saco azul intocável (as off-shores), que podem especular à vontade, entrando e saindo das economias dos países, deixando as suas marcas e quando em aflições, recebem a cobertura dos seus apêndices das rating para o trabalho de chantagem.
Este sistema, que leva os países e o mundo à falência e nos períodos de crescimento se limita a acumular riqueza para a usar como fonte de especulação, deixando ostensivamente mais de 2/3 da humanidade em situação abaixo do limiar da sobrevivência, tem sobrevivido sobre teorias da conspiração, inventa os seus papões e renova os seus ideólogos que repetem não haver alternativas mas sente a necessidade de se armar e proteger atrás da lei e dos seus vários agentes espalhados na política, nas forças sociais e nos meios de informação, vitais nas suas manobras.
Este sistema, de raízes milenares na exploração do trabalho e que se estruturou na Revolução Industrial, remoca-se para os objectivos, explora as dificuldades e valoriza as adulterações das outras experiências sociais saídas da vontade popular mas, não é inesgotável.
O sistema capitalista esconde-se atrás das democracias parlamentares, cultiva os mitos da abertura de ideias e das liberdades individuais, não descura os aspectos da sua defesa, estabelecendo uma complexa rede de Organizações, Tratados, Comunidades, Acordos, Polícias, empréstimos, investimentos, subornos, golpes de Estado e presenças militares estrategicamente espalhadas. E mais a arma do veto, dentro daquela organização de cobertura das acções de rapina das grandes potências.
Quando o mundo não percebe a bem as boas intenções e o seu papel na satisfação do capitalismo, percebe à força e não faltam exemplos.
Uma boa parte dos países quase colapsaram sem culpa própria (para não falar daqueles que vivem na pobreza crónica), cujo saque teve epicentro nos EUA e cúmplices por todo o lado. Recompostos da desaprovação social e conscientes da gravidade dos estragos, levaram um ano a injectar capitais para a salvação dos pilares do sistema financeiro, o que agravou as contas públicas, havendo necessidade, na segunda parte do plano, de pôr as populações a pagá-las. O buraco português dos 3 para os 9,3%, foi aberto a favor dos capitalistas, que ditam agora as formas do seu pagamento.
Perante a fragilidade dos equilíbrios e o despertar de cada vez mais sectores sociais para a realidade, o sistema capitalista está em alerta, os telefonemas entre Obama, Merkel e Sarkosy são uma constante de ordens, que os serviçais cumprem.
O caminho aplanado procura uma nova vitória, marchando sobre o amadurecimento das ideias.
Luis Alexandre
1 comentário:
Falando em colapso,talvez seja o momento da nossa CMA,ter em conta,o abuso que se verifica na maioria dos bares de Albufeira,que se julgam acima da lei,prejudicando grande parte da população residente com o ruido da música em alto volume,sem fiscalização,apesar das queixas existentes na autarquia.
Qualidade de vida em Albufeira?Onde?Como?Devem estar a brincar com a gente.O Zé povinho sofre,os Senhores vivem no sossego,nas suas vivendas no campo,pagas com o sofrimento dos outros .Até quando?
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