segunda-feira, 28 de junho de 2010

A história das arribas criminosas…



Desidério Silva, ultrapassado pelos acontecimentos do ano passado na praia Maria Luísa, onde a incúria do Estado e da autarquia estiveram bem patentes, acordado da distracção, aparece a apanhar a carruagem, escrevendo no “CM” sobre arribas e o comboio de acções que saíram atrasadas para o complexo jogo da prevenção e da forma como se organizam os espaços da frente de mar.

O edil da “capital do Turismo”, como tanto gosta de referenciar, escreve “estar sempre disponível para discutir a questão das praias e não é ouvido”mas, na hora da desgraça, numa oportunidade também capital e com milhões de olhos sobre os factos, fez questão de participar no silenciamento das responsabilidades, naturalmente por ser parte delas.

Toda a azáfama que agora merece frequentes referências de imprensa, só começou depois do grave acidente com vítimas mortais. No rescaldo do levantar o cu da cadeira, fizeram o balanço e, que espanto, concluíram que muitas arribas não tinham ou a sinalização era deficiente e outras ofereciam iguais riscos de desmoronamento.

Depois da tragédia, que vitimizou 5 portugueses, simples turistas, nunca houve culpados, à portuguesa, e ainda os trabalhos realizados à posteriori, foram alvo de propaganda “de que teriam custado 50.000 euros”.

Pelo irrisório valor de custo de uma única acção material, podemos concluir que a incúria ficou bem patente e teve um elevado custo em vidas humanas, que supostamente acreditavam que o Estado executa as tarefas da sua exclusiva responsabilidade.

A reacção de consciência pesada que se seguiu, teve desenvolvimento de procedimentos, que foram da reposição à introdução da sinalética, do simples desbaste à remoção de parcelas perigosas e tomou mais recentemente forma de lei para punir os cidadãos que desprevenidamente procurem as sombras da falésia. E o resto?

Muito do resto, onde se incluem o ordenamento e as motivações dos banhistas, dado que nalguns recantos da nossa recortada costa algarvia o espaço de ouro está concessionado, ficando uma exiguidade, quase sempre os espaços de risco, que acabam por ser procurados pelos menos abastados, que atenção mereceram?

O Estado, que não se responsabilizou pelas 5 mortes, porque se fossem estrangeiros o acidente teria tido outras proporções, não pode com o regime de multas alienar as suas tarefas permanentes de controlo do estado das falésias, criando para o efeito mecanismos de vigilância e diagnóstico regulares.

Se os criou para reprimir, ainda que em papel, também tem de os ter para cuidar dos cidadãos, porque a inadvertência é um factor de erro humano e menos reprovável que a incúria de quem tem os meios.


FORUM ALBUFEIRA

3 comentários:

Anónimo disse...

Está-se a ver, claro que as arribas são as culpadas , quem queriam que fosse e depois passam do oito ao oitenta se a malta não for para as cadeiras do concessionário, vai para junto das falesias que é o que sobra. Mas esta merda do melhor espaço ser dado ao concssionário não é so em Albufeira que a marinha sabe bem o que faz e onde come, estão a ver a coisa?

peneco

Anónimo disse...

A marinha sabe bem o que faz?.No 2 dias de luto nacional pela morte de Saramago,nem a bandeira Nacional puseram a meia-aste,como deviam.Quem se importou?O poder central deveria saber o que se passa na nossa delegação maritíma.
Jogos de interesses,à margem do interesse público.Haja quêm ponha a boca no trombono.

Anónimo disse...

atao porke na poes tu a tua boca no trombono? Sabes, calas, e depois dizes que os outros é que teem que falar?
Que raio de cidadãoés tu?