A obra-prima da imaginação de Desidério Silva e do famigerado Programa Polis/Câmara, o elevador pendurado na falésia da praia do Peneco, foi hoje palco de mais uma morte a somar às anteriores.
Sob o falso argumento da mobilidade, respeitável mas incumprido em muitas partes do concelho, arquitectaram aquele mamarracho que uma boa parte do tempo não trabalha.
Os arquitectos de pacotilha que desenharam a ideia sem consultarem a vontade popular (claro que puseram à discussão pública pelos canais normais que quase ninguém sabe), a qual fez encher o peito de glória do presidente da autarquia, já receberam o rico dinheiro e estão ao fresco do descontentamento e da ira popular.
Para além da afronta paisagística daquele monstro, temos agora a afronta de ver aquele lugar transformado em local de suicídio de pessoas frágeis e fragilizadas pelas condições de vida.
Com uma praia composta de pessoas, deu-se mais este triste espectáculo da fraqueza humana, que deslustra a imagem de um concelho que vive exclusivamente do Turismo.
Com a degradação das condições sociais que flagelam o país, a região e o concelho, é de temer que o historial daquele “monumento” aumente, tornando-o mais num memorial aos que ali têm procurado as soluções que a sociedade e o Estado lhes negam.
Não abordamos este assunto de ânimo leve, porque é a dupla tristeza que nos move. Aquele elevador, que devia ter obedecido a outras soluções, representa dor e um pólo de gangrena da nossa bonita praia. As autoridades fingem que não percebem o que está em causa.
O sangue das vítimas deverá estar ao lado da placa dos pomposos inauguradores.
FORUM ALBUFEIRA
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