sexta-feira, 28 de maio de 2010

A DEMOCRACIA SUSPENSA




Foi preciso passar mais de um ano, para darmos razão à afirmação da Drª. Ferreira Leite, de que a democracia precisava de ser suspensa. Na altura, a senhora propôs 6 meses e o seu substituto, em dupla com José Sócrates, estenderam-na em primeira fase, até ao fim de 2011.

Hoje, em consciência, percebemos o conhecimento de causa da doutora, que dominava e partilhava o estado da Nação com o presidente da República. O socorro das finanças públicas à Banca e a outros sectores capitalistas, apoiado pelo parlamento, onde a doutora milita, deixaram profundas marcas. Havia que passar tempo sobre a salvação dos anéis, entre eles o irrepreensível Loureiro e o que representa, para depois, se obrigarem os dedos a recomporem as lástimas.

Dia após dia, a arrogância catedrática dos governantes e apoiantes sobe de tom e, medida atrás de medida, há sempre mais uma para anunciar. A pressa foi tanta, que até se vêem obrigados a rasurar os decretos.

O homem que se diz pai do bom senso português do momento, Passos Coelho, que jura ter passado contributos de peso para o plano e estará na vigilância da sua aplicação, tem o discurso de metamorfose para anjinho preparado, na ocasião da discussão do OE de 2012. As duas principais hienas do sistema político, se o movimento popular não os contradisser, estarão em tréguas a contarem os milhões que vão entrando. A execução do plano, ditará qual delas sobe ao palco.

Com uma metodologia escalonada, onde cada parte sabe o que tem a fazer, à semelhança da regularidade futebolística para o campeão, o ciclo até Dezembro de 2011 poderá ter recebido o compromisso dos empresários com o PR de que não vão fugir com os capitais de Portugal, o que piorava os resultados bancários, o BdP tem cara nova, tentando limpar a responsabilidade deste nos factos trágicos e, finalmente, esta data coincide com aquele momento em que, constitucionalmente, o PR pode exercer o poder de julgar e dissolver o parlamento.

Naquela altura, medir-se-ão as forças e tanto PS como PSD, sabem que não há fuga a avaliações, industriados que estão os dois em união de facto, para convencerem o povo das suas continuadas patranhas. Sócrates ou Coelho, PS ou PSD, as diferenças desceram aos pormenores. Prova disso, são o actual pacto, assente em comunhões e experiências do passado.

O macro-cenário nacional, através do programa televisivo “Prós e Contras” desta segunda-feira, deu uma imagem de que não há divergências de fundo entre os chamados parceiros sociais, como aliados dos caminhos percorridos. A grave situação de crise contribuiu para aprofundar a fraternidade, lucidez e compromisso, o que também revela a dimensão do conluio para a pressa da prestação de contas aos especuladores e donos da nossa economia.

Passos Coelho diz que não sabe dançar o tango, de Sócrates sabemos que dança qualquer música mas, ao certo, sabemos que os dois têm jeito para a música e querem pôr o povo a dançar ao som dela, com o intuito de arrecadarem as receitas de bilheteira.

Os dias vão passando e os bastidores da crise vão trazendo novas, bem concertadas, com um grupo de empresários a dizerem o que querem que o país faça. O Governo, que não é cego, ouviu e agradece as ordens. Os sindicatos, que dizem representar os desgraçados dos pagadores da crise e sem ideias próprias, vão querer discutir os pormenores para o sucesso, ainda debaixo do princípio de capitulação “do direito ao trabalho”.

O que são factos, é que a democracia vai continuar para os mesmos e o povo está amarrado na sua indignação, porque não distinguiu e definiu os dirigentes para as transformações. O regime segue só com vitórias, faltando saber até quando.


Luis Alexandre

3 comentários:

Anónimo disse...

CONVERSAS DE CAFÉ

Depois de o “Sasha Summer Sessions” ter arrumado a tenda em Portimão, Luís Evaristo, Carlos Saraiva e mais um sócio, este Familiar de um Autarca Albufeirense, pretendem montar esta mesma tenda agora lá para os lados dos Salgados?
http://medronheiro.blogs.sapo.pt/

Anónimo disse...

Resposta ao comentário das 23:35
ISSO É TUDO CONVERSA DE CAFÉ.
Então o rapaz Luís de Jesus ("Evaristo" é uma USURPAÇÃO por parte desse rapaz) deixava Portimão sem mais nem menos, e quem é que pagava as contas aos fornecedores, que ainda estão a arder desde o Verão passado.
Melhor fez o Presidente da Câmara de Portimão em ter corrido com ele.

Fico por aqui.
Alguém que Ama Albufeira
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Manel Rufia disse...

Faltam por aqui,são "EVARISTOS".
O gozo da questão,será saber, qual deles,será o mais "EVARISTO".