sexta-feira, 21 de maio de 2010

AS MOÇÕES QUE O POVO CENSURA



O folclore político instalado, conhece novos desenvolvimentos que concorrem todos para o mesmo fim: a crise que caiu do céu tem de ser paga.

Pelo lado do Governo PS e do PSD, o puxão de orelhas do compadrio europeu trouxe-os às razões da negação e à mudança de cartilha, precisando de concertação parlamentar, para a partir daquele posto de trabalho e de responsabilidades se criarem os meios de lei para obrigar o povo a pagar os roubos legalizados que consentiram.

Com a economia e finanças saqueadas e os salteadores em fuga, o país ficou confrontado com a dimensão do mercado interno e pouco mais, com os ditos salteadores, em diferentes fatiotas, a exigirem o pagamento das dívidas para com eles.

Um presidente e conselheiros, um Governo, 250 deputados, 400 ou 500 directórios partidários e mais de 1000 teóricos, escribas, assessores e outros prostitutos do poder, a que se junta o governador do BdP, promovido a visionário europeu, no contento do seu banquete, não viram os sinais de crise porque desaproveitaram o desconto igual à idade.

Nas confusões, que normalmente geram correrias, o povo não tem fuga porque ainda não percebeu com quem tem de correr, enquanto os políticos tocam a rebate entre si e correm para o consenso aproveitando ao máximo o calendário, dissipando as dúvidas sobre mais um mês de exploração. O parlamento da nossa desgraça só vai ter descanso a partir de 1 de Junho, em que tudo tem de estar escrito, sem perguntar aos visados se concordam. Legitimaram-se num texto de promessas e desfazem-se em desespero de argumentos para o respeito.

Como exímios conspiradores e a casa a arder, cada uma das partes do sistema sabe o que tem a fazer. PS e PSD com a abstenção do CDS, vão dar a base parlamentar, com BE e PCP no discurso patético “dos ricos que paguem a crise”, andando nisto há décadas, independentemente dos nomes e coligações.

Sem ter havido censura sem moção, agora vai à cena a moção de censura. Irá o BE ser arrastado pelo PCP, perdendo o seu papel de fazer a ponte com o PS? Verdade é que estas peripécias não interessam ao país que vão pôr a pagar a crise e representam filmes em reposição.

Do lado da maioria parlamentar, Sócrates é o timoneiro, não tem nenhuma intenção de explorar alguém e só vai com o plano para além de 2011, obrigado pela malandrice do povo que não o deixa cumprir as ordens de cima. Passos Coelho, o tal rapaz capaz de pedir perdão pelas maldades, já percebeu que o poder só lhe cai no regaço por causa de uma única mentira (negócio PT/TVI) esquecendo todas as outras e, por isso, no seu papel de co-mentor do plano de crise, já radicalizou o discurso de chantagem de que estamos à beira de não haver dinheiro para salários na função pública, onde certamente não entram os políticos, que não são funcionários do Estado.

Então o país está confrontado com uma moção na gaveta e outra real, que fazem parte dos ensaios do grande teatro onde as marionetas têm de obedecer à agilidade e vozes dos mandantes.


Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

ESTE É UM COMEN`´ARIO CABEÇA RAPADA NASI FASCISTA MAOISTA DE TRAZER POR CASA