O DELFIM


Um dos aliciantes destas eleições autárquicas, para além do seu resultado, é a questão da sucessão de Desidério Silva.

Quando este apresentar a lista, terá de ter este problema resolvido.

Ao longo de oito anos, a importância do umbigo de Desidério Silva foi ganhando forma sobre os destroços do PS, aumentando com a maioria absoluta, que criou no Partido o tal efeito de silêncio, obediência e a ilusão de que tudo e todos se inclinariam à força do PSD.

Os erros de análise dentro do PSD, a vaidade e o aproveitamento, o descuidar das guardas e os erros de gestão camarária, assente na arrogância e no escandaloso controlo sob a forma de subsídios, criou uma série de pequenos monstros de valor inferior mas não criou um homem ou mulher com estatura política à altura do quadro de exigências futuras.

A remodelação da comissão política concelhia do PSD, não reflecte esta necessidade de encontrar o delfim, recusando-me a aceitar a ideia do sombrio adjunto do presidente, dela integrante, poder ser o escolhido.

Um cenário de derrota eleitoral do presidente-candidato, apesar do escandaloso uso dos meios e da imagem da Autarquia em seu favor e do seu Partido, altera toda a correlação de forças no seu interior, levantando-se as vozes que atá aqui apostaram numa atitude subserviente, numa falsa ideia de unidade.

Mesmo a previsível perda de mandatos e da maioria absoluta, que muito mal fez à população do concelho e ao próprio Partido, não deixam grande margem de autoridade política a Desidério Silva, que será visto como o responsável pelas perdas para a vasta teia montada pelo PSD nas confrarias do concelho.

Muitas dores de cabeça se deparam a esta gente até Outubro, porque governaram para si e para os seus e não conseguem enxergar ou nem admitem as falhas.

O aparecimento do FORUM ALBUFEIRA é o grande responsável pelas inúmeras dúvidas existênciais de um PSD autoritário, que se julga dono do poder e dos dinheiros públicos.

A oposição partidária limitou-se a fazer parte da paisagem desoladora e também ela viveu à sombra da triste imagem de renovação para o período eleitoral. O PSD andou em rédea solta. deixando a oposição que a podridão fosse tomando conta deles, com todos os prejuízos que daí resultaram para a população e para a marcha atrás da economia e desenvolviumento do concelho que parecia imparável.

As eleições de Outubro não vão ser pêra doce para nenhum Partido. Há é a novidade da entrada em cena desse fenómeno meteorológico eleitoral, chamado BE.

O delfim, seja ele quem for, não escapará à força dos resultados e das responsabilidades contraídas com o eleitorado próprio e, pior, ao julgamento da população.


Luis Alexandre