BOTA E DESIDÉRIO SILVA PROVAM DO PRÓPRIO VENENO!


Manuela Ferreira Leite, não se ficou pelos ajustes e mostrou ao Partido quem manda. Nesta senda de afirmação de autoridade, de tique cavaquista, nomeou como quis e quem quis para cabeças de lista dos distritos do País.

O Algarve foi contemplado com um tal Pedro Bacelar, relegando Mendes Bota, líder da distrital, para um eventual e despeitado segundo lugar.

Mendes Bota e Elidérico Viegas, ou amuam com a "desfeita" o que é improvável, ou vão à luta para serem eleitos, uma vez que o PSD só elegeu dois deputados nas últimas legislativas.

Bota, que já deveria trazer bem cozinhada a sua lista e as promessas às segundas linhas, mandou que fosse Desidério Silva a fazer o discurso das lamentações.

A iminência parda e os seus seguidores da côrte laranja algarvia, já tinham desferido vários golpes nas relações com a direcção do Partido, a última das quais o não convite para o Pontal, situação que Ferreira Leite já esperaria para não ter de cair doente outra vez, e queriam outra resposta menos envenenada da nossa "dama de ferro"?

Bota resguardou-se nos comentários políticos, guardando as balas para outras batalhas que ele já imaginou ou planeou.

Se Desidério Silva, o micro de serviço, balbuciou alguma contestação tímida sobre a nomeação, reflectiu que lhes magoou mais a desvalorização do líder regional, do que o facto recorrente dos Partidos do centrão, imporem esta situação de há alguns anos para cá.

A migração voluntariosa de cabeças de lista, num exemplo de flexisegurança, visa garantir a colocação certa dos correligionários das direcções nacionais, relegando para plano secundário o enquadramento das aspirações das regiões com as pessoas delas emergentes e que melhor as conhecem e podem defender.

Botas e Freitas, tal como outros que os antecederam, vivem mais para as suas fantasias e aspirações pessoais, as dos inseparáveis e as daqueles cujos altos interesses se penduram neles, do que para a defesa e desenvolvimento da região onde são dirigentes.

As tricas das famílias políticas passam despercebidas à grande massa da opinião pública, que tem outros níveis de preocupação perante as vagas de falências, desemprego e perda de qualidade de vida.

É neste sentido que a população e o tecido económico querem ver concentrados as atenções e esforços, daqueles que pediram os votos para dirigirem.

Bacelares e Soares, são instrumentos de estratégia de caserna e não os homens da confiança de uma população que muitas vezes nem o nome conhece quanto mais o trabalho.

Há muito que o Algarve reclama por respeito e retorno do seu contributo para a economia do País e muito poucos foram os eleitos regionais que ousaram levantar a voz contra o centralismo partidário.

Líderes fracos, alinhados ou controversos, não sobrevivem aos tempos de convulsão e vacas magras que se abatem sobre nós, porque não fizeram o trabalho que se propuseram.

O mau desempenho da economia e dos políticos começam a estar à vista, ainda disfarçados pela força do Sol mas, lá para Setembro ou Outubro vão mostrar que "as passas do Algarve" são um anátema que nos persegue. Porquê?


Luis Alexandre