domingo, 19 de outubro de 2008

OS PLANOS POLIS SOFRERAM DESVIOS? QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?

(texto que recebemos, de uma pessoa próxima dos trabalhos desenvolvidos pelo Programa Polis/Câmara)


Em meados do século passado, foi construído em Albufeira, com projecto do Eng.º Duarte Pacheco, um túnel em betão armado, com uma secção de cerca de 2,5 m de altura por 2,5m de largura, com início junto à antiga estação de serviço da BP e terminando na praia, passando pela Av. da Liberdade e Largo Duarte Pacheco. Esse túnel serve para escoar as águas da ribeira que passa a nascente da rua que dá acesso a Albufeira, e que passa pelo parque de campismo, centro de saúde, até chegar à rotunda principal de acesso à radial da cidade. É suposto, só passarem pelo referido túnel águas tratadas (da chuva, da ETAR de Ferreira e da própria ribeira, sendo por isso um colector pluvial, que deveria desaguar numa das praias de albufeira, sem as contaminar.

Por outro lado, as diversas obras Polis que se desenvolveram desde o Largo Duarte Pacheco até à Praça dos Pescadores e que passaram pela Rua 25 de Abril, contemplaram a execução de novas redes de infra estruturas, nomeadamente um novo colector pluvial cuja cabeceira (caixa de início), se situa na Praça Duarte Pacheco bem encostada a uma das paredes do túnel inicialmente referido.
O início deste colector é feito por 2 tubos de diâmetro 600 , terminando em 3 tubos do mesmo diâmetro, que vai desaguar por baixo do pontão. Qualquer técnico referirá que este colector está sobre dimensionado, dado que só deveria receber águas pluviais da Praça, da Av. 25 de Abril e Praça dos Pescadores, bem como de outras ruas que drenam para as já referidas.

Se não existirem outras necessidades, qualquer chuvada fraca ou forte será canalizada para o mar sem qualquer problema.

Onde e quando é que existem problemas?

1º - Quando se pretende ter bandeiras azuis nas praias de Albufeira - Como afinal o que vai ter ao mar não são águas tratadas ( existe esgoto doméstico a ser descarregado na ribeira, zona onde não houve intervenção Polis, e como tal para o já referido túnel, contaminando as praias), tal como da mesma maneira existe esgoto a ser canalizado para os colectores novos de pluviais, provenientes de outras ruas que supostamente, deveriam drenar águas pluviais, mas que afinal drenam uma mistura de pluviais com esgotos residuais, contaminando a praia junto ao pontão.
Ou seja a montante e a jusante da intervenção Polis, existem além de redes unitárias, redes pluviais contaminadas por ligações incorrectas de esgotos residuais à rede pluvial, cujo levantamento, identificação dos infractores e sua penalização é obrigação dos Serviços Municipalizados da C.de Albufeira.
Para resolver o problema referido, o que é que se faz? No largo Duarte Pacheco, na zona onde existe a caixa de cabeceira do pluvial executado pelo Polis, constroi-se uma parede de alvenaria com uma comporta de modo a desviar, as águas contaminadas que vêem pelo túnel, para os referidos tubos de 600 existentes nessa caixa, impedindo assim o escoamento natural das águas para a praia. No meio da Praça dos Pescadores, numa das caixas de pluviais existentes, constroi-se outra parede de alvenaria, desviando essas águas para a Estação Elevatória de esgotos e impedindo assim a saída das águas contaminadas para o pontão. Deste modo, todo o esgoto contaminado e que deveria ser pluvial, vai ter à E.E., permitindo assim as muito desejadas bandeiras azuis.
Como a utilização das praias se prolonga pelo Outono a dentro, quem faz esses trabalhos (e não é o Polis, nem os empreiteiros contratados) não os desmancha de modo a evitar as inundações e assim quando à as primeiras chuvadas, sejam elas fracas ou fortes acontece sempre a mesma coisa.

Ou seja, o Engº Duarte Pacheco construiu um túnel para receber uma ribeira e há alguém que o tampona e desvia um caudal composto por, águas de uma ribeira, águas da chuva, águas provenientes dos mais diversos esgotos e ainda as águas tratadas da ETAR de Ferreiras, para dois tubos de diâmetro de 600. Como por acaso e parece ser só por acaso, não houve problemas no Largo Duarte Pacheco, obviamente que os problemas surgem mais à frente, quando tamponam 3 tubos de 600 e desviam o tal caudal já referido para um tubo de esgoto com o diâmetro de 400 que supostamente levaria as águas para a estação elevatória da praça de albufeira.

O que é que acontece? Como toda a gente deve compreender, não se pode canalizar um rio para um tubo de 400 e como tal todo o caudal sai pelas caixas de esgoto e inunda tudo o que há à volta e quanto maior for o caudal por mais caixas e caleiras ele sai. Começa a sair pelas da Praça dos Pescadores, depois sai pelas da Av. 25 de Abril, depois pelas do Largo Duarte Pacheco e por fim se o caudal aumentar, até pelas da av. da Liberdade.

2º Rua dos Bares (Cândido dos Reis?) - Não tem colector pluvial, mas tem grelhas para recolher as águas das chuvas que ligam ao esgoto doméstico, implicando mau cheiro na zona. Os comerciantes locais, para resolverem o problema, colocam uns plásticos debaixo das grelhas, evitando o aparecimento do mau cheiro, mas...quando chove....as águas não drenam para lado nenhum e inundam as casas existentes. Se por ventura algumas grelhas recebem as águas da chuva, estas são colectadas para os domésticos que não estão preparados para receberem pluviais, entupindo tudo o que é caixa, pelo que temos esgoto e águas da chuva a saírem pelos domésticos. Aqui não houve intervenção Polis.

3º Rua Sacadura Cabral - A intervenção nesta rua pelo Polis, limitou-se à reposição de calçada no passeio junto ao muro e do betuminoso danificado, não havendo nenhum trabalho de substituição das infra estruturas existentes.

Todos estes factos são do conhecimento da CMA, do SMAS e do Polis.


2 comentários:

Anónimo disse...

uma fotografia vale mais que mil palaveras, e o que fizeram em albufeira foi uma pouca vergonha. tudo o que está partido e malfeito tem de ser arranjado com o dinheiro dos contribuintes. A Câmara metu-nos num molho de broculos e já ninguem diz nada.

Anónimo disse...

Para além do contributo de carácter técnico, que não discuto, o texto contém uma imprecisão que não posso deixar passar em claro. O engº. Duarte Pacheco não projectou nem executou nenhum túnel nem qualquer outra obra em Albufeira.
O proeminente engenheiro,destacado professor do IST, natural de Loulé, desempenhava o cargo de ministro das Obras Públicas de um governo de Salazar quando o referido túnel, bem como o túnel de acesso à Praia do Peneco, foram levados a cabo pela Comissão de Iniciativa de Albufeira (futura Comissão Municipal de Turismo), no âmbito da Câmara Municipal.
O engº. Duarte Pacheco deu um forte contributo político e algum apoio financeiro do seu ministério para a concretização daqueles empreendimentos de que Albufeira, ainda hoje, beneficia.