Ao contrário do que nos querem fazer crer, a mais grave crise do sistema capitalista depois da II Guerra Mundial, não tem nada de inesperado.
Esta crise “importada e que necessita ser controlada”, na opinião em jeito de desculpas, dos políticos portugueses e europeus, só veio pôr a nu a falência das políticas económicas e financeiras de Portugal e da Eurolândia. Parecem baratas tontas a correr de reunião em reunião e a sua primeira preocupação foi evitar a corrida aos balcões para levantar o dinheiro que não existe e acudir aos Bancos insolventes, com o dinheiro dos contribuintes.
O capitalismo, assenta na acumulação de riqueza por todos os meios e sem escrúpulos, onde uns fazem o papel de senhores detentores do poder e da verdade, que se sobrepõem à condição dos assalariados, e mesmo das pequenas e médias empresas, que se devem reservar apenas para as funções de geradores de lucros, fazerem funcionar o mercado de consumo e aforrarem. Todas estas acções, que são apresentadas como factores de sustentabilidade das suas vidas, se analisarmos friamente, verificaremos que são uma mão cheia de nada à luz dos actuais acontecimentos.
O capitalismo não só explora o trabalho, como lhe gasta as poupanças.
Reduzida à sua expressão mais simples, a actual crise, significa que o dinheiro que pusemos ao cuidado dos outros foi, sem o nosso consentimento, mal usado em negócios de elevado risco e correram mal.
O dinheiro não desapareceu. Mudou de mãos. Passou para as mãos dos especuladores que venderam caro, deixando os compradores com um produto inflacionado nas mãos e à mercê da pressão dos juros que não controlam e que são decididos, exactamente, pelos gestores da alta finança (que se acham donos do nosso dinheiro) e beneficiando do fechar dos olhos dos responsáveis políticos que têm o poder de regulamentar e agir.
Os políticos que agora fingem mostrar-se surpreendidos, alhearam-se dos números e das suas responsabilidades, assistiram de camarote à cavalgada dos jogos do grande capital especulador, deixaram os mercados funcionar e ignoraram muitos avisos, que se jogava no vermelho com o dinheiro dos outros.
Em Portugal, por sermos um País pequeno, querem-nos fazer crer que estamos fora desta confusão. Então porque é que todos os factores de crise existentes nos Estados Unidos se revelam aqui, com o mercado imobiliário em recessão, com o incumprimento das famílias a subir, com as pequenas e médias empresas com dificuldades de crédito e com o Governo a anunciar o apoio ao sector bancário e estes a recorrerem ao Banco Central Europeu?
A globalização, a livre circulação de capitais e a ganância, infectaram todas as economias.
Descuidado o tratamento dos sintomas, vêm aí as consequências.
Portugal não é nenhum porto seguro e Albufeira muito menos.
A crise financeira mundial, ao desbaratar as poupanças, vai ter consequências ao nível da liquidez das empresas, da confiança nos mercados, do aumento do desemprego e da queda dos rendimentos reais. Ao afectar o consumo, o Turismo vem por tabela.
Albufeira não vai escapar à crise. Porque vivemos da disponibilidade financeira das famílias. A época que está a acabar, já evidenciava a crise. Nenhum sector ficou incólume e tudo aponta para anos difíceis. Todos vamos baixar receitas, incluindo a Câmara, e temos de nos preparar para esta realidade.
Albufeira, nos últimos 40 anos, assentou a sua estratégia no crescimento desmesurado da construção. Os investimentos tóxicos, a ganância e a cegueira também andaram por aqui. Com a crise deste sector, da procura turística e o inevitável abrandamento económico, como a cidade não pode parar, faz todo o sentido racionalizar os recursos e afectá-los de forma sensata nas tarefas prioritárias: a sua divulgação, requalificação e ordenamento.
Nestes tempos de crise, cuja profundidade e efeitos não estão definidos, as autoridades não só têm de dar o exemplo de racionalidade no Orçamento de 2009, como devem dar um sinal positivo à sociedade, revendo a sua política de taxas sobre os munícipes e os agentes económicos.
Diz a sensatez popular, “grandes naus, grandes tormentas”. Albufeira sempre se insinuou uma grande nau e portanto só nos resta lutar contra a tormenta, para não nos afundarmos.
Luis Alexandre
presidente da ACOSAL
domingo, 12 de outubro de 2008
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11 comentários:
Estou de acordo que esta crise não é para brincadeiras. A primeira coisa que se lembraram foi avisar as pessoas para não correrem aos Bancos, porque sabem que o nosso dinheiro não existe e foi aplicado por eles das mais variadas maneiras.
Esta crise, ainda está no principio e as autoridades têm a responsabilidade de não nos esconder nada. A população sabe muito bem que a vão fazer pagar. Se as empresas começarem a não pagar ordenados e a falirem, vai sobrar para o zé povinho.
Infelizmente os partidos não falam disto com frontalidade.
Eu penso que a actual crise vai trazer problemas ao País e a Albufeira. Se a Europa não tiver dinheiro para as despesas de lazer isso vai sobrar para nós. Se os portugueses não tiverem liquidez ou emprego, isso vai sobrar para nós.
A época que está a acabar não foi mesmo nada boa e se no próximo ano continuarmos a baixar, vai ser dificil mantermos empregos e até cumprir compromissos. Se os nossos rendimentos baixarem, como tudo leva a crer, será bom que a Câmara esteja atenta e se preocupe com a actividade económica da cidade.
Nos últimos fiquei com a ideia que enquanto nós baixávamos os nossos rendimentos a Câmara por sua vez subia as suas receitas. Isto quer dizer alguma coisa e todos estamos atentos.
Ontem gostei de ver a moldura televisiva, com os quatro maiores banqueiros a sossegarem o burgo. Nenhum desafinou e todos souberam contornar algumas perguntas mais ousadas da entrevistadora sobre as consequências para a vida das economias familiares e do País. Já levavam tudo concertado com o Governo. Afinal está tudo bem e recomenda-se.
O País real, esse é que continua a enfrentar o desemprego, as empresas a fecharem e outras descapitalizadas, os juros altos e os créditos limitados, o custo de vida não pára de subir e o poder de compra de baixar, enfim, os males do costume que concerteza se irão agravar com toda esta história mal contada.
Que raio de sina a dos portugueses de terem de suportar tanta mentira e mediocridade.
A Câmara de Loures deu ontem uma lição ao País, ao indemnizar a população e os comerciantes pelos prejuízos sofridos com as cheias numa parte daquela cidade.
Para além de ser uma atitude que faz história, e que é de realçar, há que assinalar o sentido de justiça que a Câmara revela, aceitando as suas responsabilidades nos acontecimentos e na necessidade de acudir aos seus munícipes.
Por aqui se vê que, quando os responsáveis autárquicos querem os problemas têm soluções.
E não existe comparação entre a capacidade financeira das duas Câmaras. A de Albufeira é claramente mais rica e claramente mais responsável por aquilo que aqui se passou.
Ponha os olhos neste exemplo sr Presidente. Você não é capaz de uma coisa destas.
A Câmara e o Polis não param de fazer obras de remendo. Então nâo têm responsabilidades nas inundações e andam a pôr caleiras na 25 de Abril e a fazer buracos no Largo Duarte Pacheco ? Não é que isto vá resolver alguma coisa. Nâo mexam nos tubos e vamos a ver se não se repete tudo.
O que é triste é que nenhuma autoridade independente se mexa para investigar. Os partidos estão todos feitos uns com os outros.
ò pessoal, vocês sabem que o PSD já anda a telefonar para muita gente a pedir os apoios, estamos a falar de pilim, para a campanha do próximo ano? Eles começam cedo a tratar da vida. Eles até podem ter muito dinheiro para gastar mas tenho a ideia que não têm o apoio da população. Não se podem gabar do Polis, nem das praias porque deram barraca a montes, algumas das estradas estão uma porcaria , os comerciantes estão descontentes e enganados, o centro de saude continua a rebentar pelas costuras, o dinheiro vai como água para as associações dos controlados e mesmo que hajam protestos , ninguem da Câmara faz caso. Às vezes as surpresas acontecem e os senhores que pensam que sabem tudo que se cuidem.
Albufeira está confrontada com novo problema.
Os Irmãos Cavacos SA, que têm a correr o famoso contrato de 8 anos para a limpeza do Concelho, apresentaram ao Executivo, um pedido de reforço de verba na ordem dos 10 milhões de euros.
A justificação é a de que o número de áreas a limpar aumentou.
O Executivo PSD apressou-se a aprovar tal pedido e baseado em quê?
A Assembleia Municipal, foi mais cautelosa e decidiu-se pela criação de uma Comissão de análise.
Mas então o Contrato estabelecido, não foi ganho em Concurso Público? Não estiveram lá outras empresas que perderam pelo preço?
O facto de existir uma Lei que permite a revisão de preços, isso não avaliza um pedido tão despropositado na sua quantificação.
Não será mais sério e em função das críticas sobre o trabalho desenvolvido por esta empresa, realizar um novo Concurso?
Os contribuintes têm de ser defendidos!
O Hora de Albufeira já começou a cumprir a sua missão. Fala a Câmara, fala o presidente, fala a Câmara, falam os vereadores e não fala mais ninguém.
Nesta folha gratuita, o sr presidente disse que esteve na rua de prevenção por causa da chuva que acabou por não assustar. Se a chuva ameaçasse, ele estava lá para evitar que fosse parar às casas das pessoas. E também disse que a Câmara vai começar com as intervenções para se saber o que fazer. Saber o que fazer? Então não sabia o que andava a fazer? E agora sabe como? Pondo umas grelhas onde estava uma caleira de 2 cm? Quem é que está a ficar parvo no meio disto tudo?
E ainda por cima, quem critica, anad a fazer jogo político contra a Câmara e o seu bom trabalho!?!?
A população queixa-se da limpeza , dos ruídos, da falta de estacionamentos, das praias poluidas, das taxas camarárias, da falta de infantários, da insegurança, da falta de clientes para os negócios, etc., e o sr presidente diz-se injustiçado?
Afinal quem é que anda a enganar quem?
Isto é a pouca vergonha total.
A Câmara tem toda a responsabilidade nos prejuízos das inundações. Se alguem tem dúvidas vão ver o que andam a fazer na 25 de Abril. Estão a partir as paredes de betão que fizeram para as águas da ribeira serem desviadas da bateria para a estação de tratamento. Ora os canos não aguentaram tanto caudal de água da ribeira e claro teve de saltar pelas tampas da Avenida espalhando-se por todo o lado.
Estão a tentar apagar as provas.
Para uma associação andar para a frente tem de estar encostada ao poder.
A malta dos copos que não são parvos puseram o vice no rol e claro está os subsidios aparecem.
Hoje foi bonito ver aquele espectaculo com o presidente da Câmara à frente.
Foram todos à benção e a seguir para a almoçarada.
Foram discutir as eleições do proximo ano e os grandes planos para os anos seguintes.
Enquanto houver muito dinheiro, há pagode mas para as inundações não houve nada.Esta malta distrai-se nas festas e julgam que os outros não pensam. Talvez se enganem.
Na 25 de Abril os trabalhos não param. Anda lá um camião dos desentupimentos que custa a dar conta do recado. Tanta é a areia acumulada no interior dos canos. Pudera, se a ribeira foi para ali desviada por ordem da Câmara. Se os canos já são estreitos e ainda por cima cheios de areia, é claro que o grande caudal de água tem de sair para qualquer lado. Levanta as tampas e inunda ruas e casas.
Foi isto que aconteceu naqueles dias de Setembro e por culpa da Câmara. Quem prova o contrário ?
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