quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Bom dia senhor deputado!


O concelho de Albufeira, na sua pequena dimensão e discreta notoriedade histórica, social e política, sem desprimor para a rudeza e simplicidade das suas gentes, nunca produziu um deputado.

A cidade de Albufeira, a grande capital do Turismo, inserida num concelho generalizadamente rural e pobre, em que os sectores produtivos se foram perdendo dando lugar a um aburguesamento à volta da produtividade turística, nunca teve expressão nacional a não ser pela beneficiação da natureza que os homens que aqui se alcandoraram ao poder lograram aproveitar, iniciando um processo de destruição e betonização à volta do Sol e praia, com proveitos particulares e cedências públicas sobre permanente suspeita.

Albufeira, que se orgulha pela boca dos seus actuais dirigentes de chamar a si o mérito de 45% das dormidas do Algarve, o que acontece em pouco mais de 3 ou 4 meses de um ano de 12, cresceu num único sentido, o dos proveitos rápidos, públicos e privados, sem olhar à delapidação e perda de valores históricos, factos que condicionam o desenvolvimento futuro, à luz do crescimento e elevação dos níveis de exigência e qualidade dos turistas, que não abandonando as necessidades de lazer estival, introduziram novos conceitos na base das suas viagens, dando forma a outras maneiras de estar e conhecer e que se dispersam pelo desenrolar do ano.

A perda dos valores históricos, dos costumes às traças arquitectónicas, ainda que rudimentares como as de Albufeira, substituídas pelo betão, ruído, proliferação de imagens de fast-food em detrimento de uma cozinha tradicional e de que somos um local de excelência para a problemática diversão nocturna, com o rol de ingredientes por arrastamento que levam a situações de risco, acabam por afastar quem nos visita com outras intenções, cavando o espaço da sazonalidade.

A sequência de presidências seguiu o caminho alegre de pedra sobre pedra, com desprezo pelos valores, um deles acabou nas malhas da Justiça com solução política, outro faleceu com os pés fora da Câmara por mérito de derrota eleitoral e, o actual, da família do PSD, não só não alterou o rumo dos acontecimentos como os agravou, praticando uma política autocrática, de posso quero e mando por não ter oposição, levando ao estado degradado da economia local e das suas forças.

E ironia dos destinos, óbvia e exclusivamente políticos, o supra-sumo da acumulação dos problemas sociais e económicos que o concelho atravessa, que resultam da construção de uma má conjuntura concelhia e não podem ser atribuídos à crise generalizada do país, numa hora julgada de felicidade, assume-se como pretendente a um lugar de deputado, onde o seu partido não joga com a análise e o mérito mas com o pagamento de favores de subserviência interna.

Nas eleições do ano passado, o concelho já tinha servido de rampa de lançamento, que virou cadafalso, da figura de Carlos Silva e Sousa, presidente da assembleia municipal, radicado há anos em Albufeira, actual presidente da concelhia do PSD e futuro pretendente à presidência camarária, que no passado já averbou uma derrota na mesma condição.

Agora é a vez de Desidério Silva, dando apenas largas a ambições umbilicais, naturalmente em suporte de interesses privados, que não têm nada que ver com projectos de grandiosidade pública, partir à sorte de os correlegionários do partido fecharem os olhos e os algarvios serem levados a eleger mais uma componente servilista do centralismo consciente.


FORUM ALBUFEIRA

3 comentários:

CIDADÂO disse...

Desiderio,deputado,só por brincadeira.O homem não dá conta de Albufeira,quanto mais do país.Se não faz cumprir a lei do ruido na cidade,quer,ele,fazer leis pró país.Só pra rir.

Anónimo disse...

Se o pessoal fala do assunto é por que á coisa no ar. já me disseram que quando lhe perguntam fica todo inchado, as peneiras saltam pelos botões.É mais um que vai pra dormir ou levantar o braço quando derem ordens.

carlos

Anónimo disse...

Os sapos tabem incham mas continuam sapos.O homem,não resolve os problemas da terra ,quer ir resolver o quê?mais um verbo de encher,no parlamento.UIII com o meu não.