sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Afinal o que é o Pontal



O Pontal, na sua história e travessuras, é uma manifestação de um dos sectores da classe dominante que, depois dos repastos do veraneio, entendeu criar um momento de retomada das cavalgadas políticas, para lançarem as linhas mestras das suas epopeias.

Entre presenças presidenciais, amuos, ausências por convicções e protagonismos regionais ao lado de segundas linhas, do alto dos ares desportivos que o tempo estival recomenda, o mega comício laranja à volta da mesa, nas suas duas vertentes de ouvintes, regional e nacional, tem sido, no essencial, mais uma manifestação de boa disposição e convívio para dentro do partido ou parte dele, do que um marco ideológico que gere expectativas entre a população do país.

No relatório e contas de Mendes Bota à imprensa, líder regional com mais negas, dá-se ênfase às expectativas de um novo líder nacional, Passos Coelho, que contou desde a primeira hora com o seu apoio pessoal, provavelmente por falta de unidade na distrital.

Mendes Bota já está empolgado com a sua contribuição e vantagens pessoais no novo contexto político partidário e do país, que traz toda a família laranja num reboliço de uma eventual entrada no poder, apenas assente na conjuntura das fraquezas do Governo e do partido que o suporta, de quem afinal são confidentes, proponentes e apoiantes.

O Pontal, produzido nos ares quentes do Algarve, apesar das figuras gradas que aqui se passearam, no poder ou fora dele, não se pode dizer que o seu fervor discursivo tenha produzido grande impacto na vida política regional e nacional.

As palavras dos sucessivos dirigentes regionais do PSD, contendo promessas de poder central instalado ou premissas de bandeira na oposição, estão à vista dos algarvios, que enfrentam a mais grave crise de sempre, onde a monocultura do Turismo está em colapso e as alternativas salivadas são uma miragem.

A situação de crise do Algarve vem de trás, assenta na falta de compreensão e passividade nas respostas dos responsáveis do país e na permissividade dos regionais, pelo que não se explica nas desculpas da crise do sistema político e financeiro.

O Pontal, cujo proprietário conhece os números e os caminhos da gestão nacional, manteve a sua marca de classe, que gira incontornavelmente em função dos interesses de poder que representa. O Pontal sempre viu o Algarve como uma passagem soalheira e, nunca o olhou nas suas necessidades de renovação e adequação aos novos tempos e exigências, porque o Sol brilha por todo o planeta.

A parte do PSD que está de férias, com expressão para as suas elites, usa o Algarve para os recados do momento ou num horizonte curto.

Passos Coelho, a vedeta do cartaz 2010, vem ao Algarve com um plano de poder, que passa pela vitória de Cavaco Silva, pelas exigências dos patrões, financeiros e credores para o OE de 2011, manter a pressão sobre o Governo e o PS para que levem por diante o PEC e perorar para que as sondagens continuem a dar-lhes vantagem no seu disfarce de cúmplices da crise e dos planos para a suavizar.

Os problemas do Algarve, merecerão a passagem simpática da fuga às responsabilidades, que os outros, dirão, não querem levar por diante.

O Pontal, afinal, não passa de uma festa e nunca disse nada que motivasse os algarvios…


Luis Alexandre

1 comentário:

Saladino disse...

pontal,será,melhor é,a festa dos gajos da quinta da marinha,com uns quantos figurantes populares,para ingles ver.Substrato,népia,blá,blá,blá..como diz o caga-cromos.caga-cromos,porque de caça,é um bluf.bluf,por tentar explicar o enexplicavel.resumindo,em vez de se apresentar como caga-cromos,apresente-se,como puxa-saco.tchau,até mais ver.