domingo, 7 de fevereiro de 2010

FURACÃO DESEMPREGO




A região do Algarve, a mais castigada pelas consequências da crise que abala a economia nacional, com destaque para a mais elevada percentagem de desemprego, está a ser varrida por dois factos distintos, com epicentros em Silves e Faro.

De uma assentada, se não houver uma intervenção concertada e de elevado sentido de responsabilidade das entidades públicas e privadas envolvidas, poderemos ver os números do desemprego acrescentados de 500 e 160 trabalhadores.

No concelho de Silves, sede da cooperativa ALICOOP e da sua associada ALISUPER, empresa que acumulou um passivo considerável e completamente alheio à responsabilidade dos trabalhadores, o conjunto das entidades credoras não se entendem quanto à recuperação da empresa.

Dizem os trabalhadores e o seu principal administrador, curiosamente presidente da Confederação do Comércio e responsável pelos resultados da má gestão, que a CGD, Banco público, não quer participar no financiamento do plano de recuperação apresentado por uma empresa especialista e em cujos honorários participou.

Tratando-se de um Banco do Estado e se a exequibilidade do plano não foi posta em causa, não vemos razão para se empurrarem 500 pessoas e famílias para a responsabilidade pública, noutra disciplina e noutro Ministério.

Em Faro, o caso tem contornos diferentes, porque se trata de uma entidade pública, a Câmara Municipal.

A entrada de um novo presidente, velha raposa das questões públicas, que concorreu no conhecimento do lastimável estado das finanças e que em momento nenhum se referiu a despedimentos de funcionários, resolveu encetar a recuperação começando pelas pessoas.

Cento e sessenta funcionários a termo certo, num momento de grandes aflições sociais, estão sob a ameaça de saída dos seus lugares de sustento.

Nem o argumento repetido do aumento de efectivos por clientelismo, que não se resume a Faro, justifica a intenção e o momento escolhido para reorganizar os serviços camarários, pondo as razões economicistas acima das necessidades destas pessoas.

É inaceitável, que um presidente de Câmara parta para uma solução desta natureza e tenha criado o alarme social, sem ter esgotado todas as possibilidades de salvaguardar os postos de trabalho.

Tendo sido anunciado no Algarve, um plano nacional de apoio ao emprego, os responsáveis políticos da região e o presidente da Câmara de Faro, têm a responsabilidade de encontrarem as soluções adequadas que garantam o emprego e a dignidade dos trabalhadores em causa.


Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

o desiderio até dá trabalho de luxo... olhem o tozé bombeito, que até lhe dão o mesmo ordenado e o trabalho qual é. Albufeira é o oasis á dinheiro a rodos.