As festas de abertura de Shoppings, Retails e médias superfícies, não param por todo o Algarve. Curiosamente, em contra ciclo com os ditames da crise, que fizeram abrandar o ritmo da sua implantação por toda a Europa.
O grande centro comercial aprovado para a Guia, Concelho de Albufeira, que se chegou a ouvir, teria abertura para Maio de 2010, ainda está no passo lento dos gabinetes e no reacertar das razões do investimento.
Folga o comércio da cidade, depauperado pela falta de infra-estruturas que vêm liquidando impiedosamente as suas duas principais centralidades, com a sua deslocação para os arredores, a 6Km de distância. Ali há de tudo para todos os gostos, bem como todas as comodidades para os visitantes, que nunca foram criadas na cidade.
A estratégia económica da concentração e dos grandes espaços, suportada por uma enorme capacidade financeira, soube brandir esses argumentos e induzir os produtores políticos instalados, a legislarem no sentido dos seus interesses.
A novidade, a dimensão, a sugestão, a cumplicidade política e os argumentos esgrimidos, contaram com a ingenuidade e pouca formação de um povo que não percebe o que está por trás da estratégia da concentração comercial.
De forma planeada e concertada, a grande distribuição subjuga a produção, provocando a sua dependência e controle de fornecimentos e pagamentos, passa para a dominação do mercado de trabalho, impondo a sua disciplina autoritária nas condições contratuais e regalias sociais, com os olhos postos num dos objectivos finais de terem o consumo na mão e sujeitá-lo às suas condições de venda e de preços, que não param de subir.
A poderosa máquina do marketing de imagem e do “preço promocional”, com 50% ou 60% de descontos, dos cartões do compre agora e pague depois, são uma armadilha emocional e até de humilhação da capacidade de decisão das pessoas e como as leis são permissivas para condenar a indução à ilusão e ao endividamento, há contudo leis mais precisas para julgarem e condenarem todos os que se atreverem a não cumprir os prazos e condições impostas.
Os colossos comerciais estão imparáveis. A crise “imprevista”, é vista como um intervalo, para varrer outra parte dos resistentes do comércio local e os políticos perderam de todo a vergonha, não precisando invocar a falsa questão do emprego, falando abertamente que há espaço económico para mais grandes superfícies.
Dizem o que sempre pensaram, descuidando a fiscalização de partes importantes do que legislaram, como a prática do “dumping” de preços e a incorporação de percentagens da produção local e nacional.
Os colossos agradecem e ficam com as mãos livres para aplicarem o último aspecto do seu plano, a aplicação do espartilho sobre os candidatos do comércio local, que queiram procurar a felicidade nos seus espaços de cativação de público.
O que podem conseguir, dentro dos critérios dos proprietários, validados juridicamente e onde se incluem os contratos a termo certo, enfrentando rendas e condomínios estranguladores e ainda a entrega de uma percentagem dos lucros.
Nestes anos de democracia parlamentar, esta forma concentrada de fazer negócios, conta-se entre as melhores sucedidas, sem que houvesse grandes preocupações com as consequências a prazo.
Faro vai ganhar mais um grande projecto imobiliário (não muda nada na estratégia de “desenvolvimento”, para arrecadar IMI e IMT) e como não podia deixar de ser, o rebuçado chama-se “Dolce Vita” e um Hotel. Na Marina de Albufeira, a especulação imobiliária foi arrecadada, o Hotel não saiu do papel e a zona está morta. É só um aviso.
Luis Alexandre
2 comentários:
Se os clientes dos hiperes olharem com olhos de verem vão ver que os preços andam aos saltinhos e nunca para baixo. O engodo são os produtos das marcas deles mas a qualidade não pode estar lá. Ainda à pouco ouvimos dum produtor de leite que lhe pagam 35 centimes, então como é que o leite está depois a 65 nas prateleiras? o resto todo vale 3o centimes ? O champo que eu uso pago 3.14 e há menos dum ano pagava 2.6 e dá só 18% de aumento5.
brejos
Vá lá, deixa-te de poesias de pé coxo, de pretensas preocupações com imparáveis hipermercados onde nunca chegarás, pois tás louquinho por protagonismo.
Pede lá ao BE para te dar uma ajuda no seio da "inteligênzia" maoista, recolhe as assinaturas (olha que são muitas) e depois a gente conversa (se ainda andares por aqui).
Até te arranjamos o bilhete de regresso para Faro.
Porque em Albufeira, já temos este tipo de gente a mais.
O Didi trata-te do enchundio capilar!!
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