sexta-feira, 30 de maio de 2008

Se outros não publicam , nós publicamos Sr. Alexandre .....

Através do "Correio da Manhã" de 6ªfeira, ficámos a saber que, mesmo em situação liquidatária, os projectos Polis/Câmara não acabaram porque lançaram mais uma obra: a construção de um emissário pluvial e a remodelação e construção em mais 30 m da estacada-cais da praia.
Dizem os seus promotores,que a obra visa escoar as águas pluviais e evitar as inundações na baixa. Tem esta decisão alguma coisa a ver com o tal estudo encomendado ao LNETI? Toda a população tem o direito de saber o que está por trás desta decisão.
Esta obra, que nunca esteve prevista, é o reconhecimento que o que foi planeado e bem pago em projectos e execução, não serviu para resolver os problemas da baixa. Por outras palavras, em função do que vimos aplicar e dos seus resultados, a população tinha razão quando criticou, em tempo útil, o autismo dos responsáveis.
Agora, lança-se uma obra no valor de dois milhões e meio de euros sem ouvir ou terem dado quaisquer explicações à população. Mesmo que este procedimento seja legal, o que tenho dúvidas, os antecedentes justificavam mais cuidado na condução destas matérias, porque possivelmente as pessoas não se vão resignar...
Por outro lado, as ditas obras, que só têm como local de apoio e de circulação dos camiões a famosa praça dos pescadores, imagine-se como ficará no final. Acabam uma obra, cujos resultados são uma dúvida, para a seguir se começar outra.
E os dinheiros públicos voam, voam...

MAIS DE 10 ANOS DE ESPERAS

A cidade de Albufeira vive dias conturbados, mas há sempre quem não repare. Pior, é conhecer os problemas e olhar para si mesmo.
Albufeira cresceu muito nos últimos anos e a sua população é feita de uma maioria de pessoas que vieram de fora e não sentem como seus os valores da cidade. As suas raízes e sentimentos mais fortes estão noutros lugares e geraram filhos que receberam educação e imagens difusas da sua cidade berço. Os albufeirenses de gerações são muito poucos.
Esta mistura de população e sobretudo os que têm direito a voto, têm sido uma excelente almofada para todo o tipo de políticas e actuações. A anestesia das promessas populistas tem funcionado muito bem mas, quem tem compreensão e vontade de agir, começa a encontrar menos indiferença.
Nesta cidade turística, tudo gira à volta das decisões da Câmara Municipal que somado ao facto de ser o maior empregador, lhe dá um ascendente sobre os cidadãos.
O uso e abuso dos sentimentos primários dos cidadãos e muitas decisões favoráveis a grupos de interesses, trabalhadas em promíscuos almoços e jantares, levaram-nos ao aparente desenvolvimento e qualidade em que vivemos. Depois paga-se para propagandear o superficial, ocultando as verdadeiras condições de vida das populações.

As decisões camarárias dos últimos 10 anos duplicaram a cidade. Adoptou-se com ou sem planos, a estratégia do betão. Correu-se atrás do aumento de receitas. A ocupação desenfreada e desordenada dos solos, em construções de investimento imobiliário para estarem fechadas a maior parte do ano, começam a mostrar efeitos negativos, dando despesas à autarquia e pouco movimento e retorno financeiro à cidade. A Câmara Municipal anda numa correria para vender este imenso aglomerado de casas que não trouxeram beleza à cidade e que por si só não chamam ninguém. E já há planos perigosos para continuar esta política. Os seus responsáveis não querem admitir esses efeitos mas, a verdade é que há 10 anos trabalhava-se positivo 8 meses do ano e agora vamos em 4 ou 5. Aumenta a cidade, aumentam as nossas perdas.

Os milhões de euros geridos pela Câmara nos últimos 10 anos não serviram para resolver os principais problemas. Em pleno Sec. XXI, o concelho ainda tem graves problemas de saneamento básico e abastecimento de água. Em 10 anos não se fez habitação social, havendo agora promessas para empurrar as pessoas de poucos recursos para Paderne e Ferreiras. Os infantários continuam deficitários, tendo a população trabalhadora que se desenrascar. As escolas estão superlotadas e o aproveitamento escolar em baixo. O ensino profissional, como via alternativa, não tem expressão. O atendimento na saúde é para a dimensão de uma aldeia. O custo de vida é dos mais altos do País. A actividade comercial vegeta mais de seis meses por ano o que agrava o desemprego, debilita as familias e sobrecarrega o Estado de despesas e fá-lo perder receitas. Os parques de estacionamento, prometidos nos 3 últimos actos eleitorais, vão ser lançados no foguetório do 4º acto e por pressão dos comerciantes e população. A indispensável animação turística, em actos de diferentes dimensões para chamar e fixar pessoas e ajudar o comércio da cidade a concorrer com os grandes centros comerciais, continua no esquecimento.Uma Câmara que nos últimos 10 anos, entre rosas e espinhos e pão e laranjas, governou um orçamento global à volta de 600 milhões de euros, tinha a obrigação de ter resolvido os problemas de fundo. O que não aconteceu. A mediocridade tem sido a nota dominante. No serviço público remunerado não há heróis ou obras pessoais. Os dinheiros públicos, e Albufeira tem um orçamento milionário, são para produzir resultados e o que devemos discutir é se foram aplicados de acordo com as necessidades prioritárias do concelho. Porque não foram.
As coisas estão a mudar. Tem a palavra a população, que nos momentos certos mostra que sabe o que quer.

(Este artigo foi enviado para diversos jornais da imprensa local e nenhum publicou)

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