segunda-feira, 21 de abril de 2014

O meu discurso de Abril

O 25 de Abril leva 40 anos e eu 60. Cruzámo-nos quando eu já trabalhava outras consciências para a sua necessidade. A ditadura estava a matar jovens numa guerra injusta, a matar portugueses com os salários de miséria e a empurrar muitos para os arames farpados da emigração, à qual o Estado fascista nunca deu qualquer apoio lá fora e apenas lia os números das transferência
s bancárias.
As notícias do meu acordar pouco depois das sete da manhã daquele dia foram o meu grito de satisfação. O meu peito vestiu as calças e rumei para dar algo mais de mim. Vagueei e acabei no Largo do Carmo. Fui espectador da rendição mas, não fui espectador dos tempos seguintes de mudança, onde o povo queria um rumo e muitos autores do golpe queriam outra! Governos Provisórios e Definitivos (Constitucionais) seguintes, nos lençóis de seda de serem eleitos, construíram um caminho que matou o investimento de Abril. Em quarenta anos fizeram o esforço do povo trabalhador morrer por três vezes nos buracos financeiros do Estado. Em quarenta anos as mesmas famílias partidárias, mais ou menos metamorfoseadas, impuseram a lei que agora tira de novo o pão da boca de quem tudo produz. E ainda enfrentamos um Governo de traidores sem escrúpulos que, enquanto Soares falava de luz ao fundo túnel do roubo, este diz-nos que o túnel vai para 30 anos...
E eu vou comemorar o quê a 25 de Abril? Não terei de voltar a apregoar a insurreição? Não tenho escolha nas minhas convicções!

LA Abril 2014

1 comentário:

Anónimo disse...

tudo é verdade comemurar o quê ? Vou ficar contente sem trabalho e amiseris que me tão dando