sexta-feira, 18 de abril de 2014



Quanto perdeu o Algarve?

Se a curva descendente da economia do Algarve vinha desde Setembro de 2001, a mais recente virose do capitalismo que trouxe a terceira bancarrota ao país, atirou a região para a agonia, abrindo-lhe feridas profundas.
Nestas tramas planeadas pelo imperialismo internacional, onde os Bancos são os veículos do roubo financeiro e os partidos do poder, a todos os níveis, são as mãos legisladoras de cobertura, a estrutura económica de sustentação do país e a população, são os bombos do festim que pagam o enriquecimento aviltante dos grandes privados, nacionais e estrangeiros.
Com os PEC de Sócrates e a intervenção estrangeira de Passos e Portas, a miséria foi passada a lei, para pagar uma dívida odiosa que o povo não contraiu nem beneficiou. Depois de 40 anos de democracia parlamentar burguesa, anunciam que os sacrifícios do povo português terão uma extensão de 30 anos. É obra!
Com 3 milhões de pobres, que proporcionalmente no Algarve representa mais de 100 mil pessoas, com 1,5 milhões de desempregados, a maior parte sem qualquer rendimento, sendo o Algarve, por via da sazonalidade, a região com a mais elevada percentagem, com o Turismo em vários anos de saldos e degradação da qualidade dos serviços e instalações, com os salários das empresas em degradação e os do sector público a serem roubados, com milhares de empresas falidas e a imensa maioria das restantes em sufoco financeiro, com a sobrecarga de impostos e taxas camarárias e um custo de vida superior ao resto do país, pode-se dizer que o Algarve, está a pagar um preço inverso ao bom nome e serviços prestados ao país.
Contando com a conivência dos seus quartéis partidários a sul, gente que nunca levantou um dedo ou a voz para defender o Algarve, a arrogância das medidas da tróica nacional, chegou ao ponto de degradar as condições de Saúde, criando a artificialidade da concentração hospitalar, apenas para cortar valências fora de Faro, medicamentos de forma generalizada e centralizar ao máximo serviços, sem que tenha suprido as necessidades em médicos de família e enfermeiros e, ainda nos saquearam a única estrada digna desse nome, paga por nós, roubando à região segurança e vidas, como muitos milhões de sustentabilidade com as visitas de espanhóis.
Na agricultura, onde o quadro de abandono segue as regras da UE, somam-se as recentes medidas nacionais de acabar com os micro-cultivos e a subsistência, tal como nas pescas, mantêm-se as medidas restritivas em geral, as consequências da poluição da Ria Formosa e a perseguição a milhares de pescadores artesanais e mariscadores, apenas registando irrisória actividade na aquicultura. Pecuária, nem vale a pena falar…
Como se a situação de alarme social e económico não bastasse, ainda, como cereja no topo, nos sonegam investimentos estruturais nos quadros financeiros nacionais e no novo quadro comunitário, não havendo sobre esta questão, qualquer reacção organizada das famílias serventuárias ao poder central… aceitando tudo, como a recente desclassificação e vassalagem ao Porto de Sines, como forma de diluir os montantes e a substância dos necessários investimentos. Quanto à exploração de petróleo e gás natural, tudo está a ser cozinhado nas nossas costas…
Décadas de democracia, mantiveram a subalternidade da região por via daqueles que de entre nós só olham o umbigo… e agenciam algumas associações de interesses… bem classificados…

Luís Alexandre


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