sábado, 10 de junho de 2017

Texto publicado na última edição jornal "Barlavento":



Mercantilismo seduziu presidente de Câmara de Albufeira!

Numa acção de clara instrumentalização, uma conceituada marca de bebidas a nível mundial montou uma inteligente campanha publicitária que se serve do Turismo e dos viajantes para se promover. Convida a consumir e, em preferência, oferece aos sorteados viagens de quatro estrelas pelos muitos países eleitos espalhados pela Europa. Aliciante. Entre os muitos países de actividade Portugal não foi esquecido e, Albufeira foi o destino nacional escolhido, que se derreteu com as honras e escancarou o direito de tal marca, explicitando o nome, figurar no site oficial da Câmara. Para os distraídos, tudo parece um bem promocional de resultados colectivos, quando estamos perante uma cortina de negociações pouco claras...
Para esta marca são tostões de investimento mas, o espaço da fama está no uso de destinos turísticos, contando com a clara subserviência de autoridades locais que desrespeitam em estilo absurdo as suas competências de gestores públicos e se deveriam apresentar equidistantes de disputas comerciais. Um presidente e a entidade que dirige não deveriam estar publicamente com tal campanha, embora a marca tenha o direito de se promover, unicamente recorrendo às suas capacidades. Um presidente não pode ver esta montanha de brilho, provavelmente com parangonas de jornais e televisões, resplandecente como um presente de promoção do destino, porque circunstancial, ou estará a reconhecer que precisa de muletas com nome mundial em substituição do trabalho de casa? Marca de bebida já cá estava, até com sucesso, a CMA é que não tem o direito de a promover!
Os municípes de Albufeira esperam dos eleitos transparência política prometida e não o estender de passadeiras. Um presidente gere interesses públicos e não pode ter a arrogância de confundir o seu cargo com compromissos esclarecidamente publicitários, ainda que advenham migalhas para a cidade e o concelho. Amanhã outros podem arrogar-se das mesmas mordomias e o que fazer? Albufeira não é uma coutada privada e nem se deve mostrar ao país como um mau exemplo de exercício de poder.
No fundo, que razões justificaram um município deixar-se embaraçar? Não há quem pense se os resultados valem o que prometem? Como julgo que ninguém quantificou os malefícios e os benefícios, tudo é obra dos segredos dos gabinetes e resta a ideia de que estamos sobre mais uma decisão política que lesa o futuro da nossa imagem turística! Nada supõe que houve rodadas de discussão quando a bebida tem tudo para se impôr! Basta de jogos e de jogadores! Albufeira merece muito mais que meras campanhas e servidores.

Luís Alexandre
Presidente da ACOSAL


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