segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A cadeira que tem de ser preenchida

Que tarefas se colocam aos verdadeiros democratas do concelho de Albufeira para encontrarem uma solução de poder local que sirva os seus verdadeiros interesses?

Depois das experiências negativas do xufrismo e do desiderismo, as duas faces da má moeda, que lançaram o concelho numa grava crise de identidade com as perdas financeiras continuadas que não são mais possíveis de esconder, é de todo importante que as soluções de alternativa ao poder abusivo da direita se comecem a construir.



o cadeirão

Interregno de reflexão

O FORUM ALBUFEIRA vai estar ausente do vosso convívio durante o mês de Fevereiro.

Saudações de cidadania e até breve...

Voltaremos ainda com mais determinação e iniciando uma nova etapa de combate social pela defesa da cidade e do concelho.

Muitos motivos de descontentamento...

O presidente comemora 9 anos de presidência da edilidade e os comerciantes comemoram 5 anos de promessas não cumpridas...

e por isso resolveram voltar a pedir satisfações sobre um parque de estacionamento que se arrasta e é vital para a sua sobrevivência.


ABAIXO ASSINADO

Perguntas ao executivo camarário:

1. Quando se cumprem as promessas da construção do Parque de Estacionamento da Av. da Liberdade?

2. Existe a intenção de revogar a vontade dos comerciantes em não pretender ver vendedores ambulantes instalados na zona nobre da Avenida da Liberdade?

Os comerciantes e cidadãos abaixo-assinados vêm por este meio interpelar o executivo camarário sobre estas duas questões que nos preocupam, a primeira como forma de ajudar a resolver uma parte da considerável perda de rendimentos e, a segunda, por entendermos que a solução para os interesses dos vendedores ambulantes, que também são munícipes de direito, não passam pela descaracterização da Av. da Liberdade e pela concorrência aos elevados custos da actividade comercial ali instalada.

Aguardando respostas, subcrevemo-nos:


(seguiram-se dezenas de assinaturas)

Reflexões sobre (In)Justiça


Até o mais humilde dos cidadãos, reconhece que sem Justiça não há democracia. Mas as partes que nela intervêm, não se incomodam e as trocas de acusações merecem a real desconfiança de que fazem parte das regras do jogo.

Conhecendo o problema, há dias voltei a ouvir relatos desagradáveis sobre um aspecto vulgarizado na nossa sociedade, a violência organizada, contratada e paga nas cobranças.

A presença em Portugal de bandos devidamente identificados de marginais para este tipo de serviços, razão porque há sempre alguém com um nome ou número de telefone para passar a quem precise, vem colocar um considerável jogo de raciocínios, uma vez que para além do conhecimento, há ainda o envolvimento e virar de costas dos vários agentes da Justiça.

Juízes, advogados e polícias conhecem estes meandros e as vítimas, sem que lhes ouçam as razões, são raptadas, violentadas e ameaçadas de represálias sobre as próprias famílias e bens.

Se existem casos de dívidas que os Tribunais não dão solução atempada, a imensa maioria, e justa, uma boa parte delas, que levam ao desespero os queixosos, também entram na orla destes serviços, aqueles casos em que a violência é exercida sobre quem quer, pelo diálogo, cobrar dívidas de um ou grupos de indivíduos bem posicionados na sociedade. E tudo é feito por uns, com conhecimento dos círculos próximos, que se dividem no apoio e na condenação.

A denúncia desta situação, que não é tão rara como poderão os leitores imaginar, mostra bem o estado de apodrecimento da nossa Justiça. Muitos advogados, impotentes ou coniventes, são testemunhas silenciosas dos desabafos que degeneram neste tipo de violência, cujos meios nunca poderão ser legitimados pelos fins.

Com a degradação rápida das condições económicas das famílias e das empresas, os números exponenciais de conflitos abriram as portas a estes julgamentos sumários em que a Justiça e os seus intervenientes são meros espectadores.

E o que mais nos deve preocupar, é que ninguém quer alterar o rumo das coisas, porque o poder económico e político precisam de uma Justiça bem moldada…

Luis Alexandre

sábado, 29 de janeiro de 2011

Convocada conferência de imprensa (?!) para assinalar 9 anos de presidência

Nove anos… já é tempo demais…


Depois de 4 anos de pré-campanha como vereador convidado em que milhares de apertos de mão, palmadinhas nas costas e negociatas foram construindo uma base eleitoral sob o definhar e a suspeita da gestão PS, Desidério Silva, o homem que veio do desenho de construção e se revelou exclusivamente de ferro e cimento, bloco sobre bloco em castelos empoleirados, alcandorou-se no poder. E vão nove anos de presidente, dos doze que ganhou.

A marcação de um encontro com a imprensa para assinalar a festividade é, no mínimo, mais uma acção populista e ridícula. Alguns anos atrás, qual estrela cintilante, “obrigaram-no” a comemorar 10 anos de autarca. E nesta oportunidade, para que tudo tenha mais pompa, porque os muitos beneficiados não podem faltar, seria um sacrilégio sobre tantas benesses, Desidério Silva abre o apetite para o relevo da ocasião, glorificando-se na sua crónica deste sábado no “CM”.

Sendo por demais conhecido o estilo de grande apreço por si próprio, que com certeza arrastará aquela imprensa subsidiária, fica um espaço de interrogação sobre mais este encontro de balanço de actividade…

Como a lei calará o desiderismo presidencial e providencial no prazo de 3 anos e a sua colagem aos novos barões do PSD é por demais evidente, este encontro de vassalagem insere-se na campanha de imagem que supostamente o levará (a ver vamos), a ser um dos escolhidos nas próximas listas do PSD às legislativas. É um sonho, maior que a capacidade.

Este cenário obsessivo que lhe inunda o consciente é sustentado na política de betão que caracterizaram os seus mandatos, em que 9 anos de populismo e de ausência de oposição levaram ao esmagamento da beleza da velha vila cuja fama está hoje de rastos e traduzida no empobrecimento da vida económica e social do concelho.

Começou os mandatos a galopar sobre os impostos, a produzir um urbanismo especulador e deplorável (circulem pela cidade e vejam a exiguidade dos espaços públicos), distraído nas insuficiências estruturais de escolas, habitação social, saúde e comodidades e termina-os com a esclarecedora abertura da Cantina Social, elevada a propaganda de proximidade das pessoas.

No seu longo reinado, nunca se conheceu um rumo para um objectivo estratégico. Geriu-se sobre o joelho e acabamos globalmente mais pobres e com uma crise local, que antecedeu a geral, onde mais de 600 milhões de receitas se eclipsaram em obra dispersa, inconsistente e muito desperdício.

O encontro aprazado para a próxima segunda-feira 31 de Janeiro, também poderá preceder o plano de substituição para a aventura parlamentar, o que por lei passa por elevar uma figura do seu elenco, facilitando a sucessão e colmatando a falha estratégica de preparação de uma figura emergente que o brilho de Desidério silva nunca permitiu.

Nenhum outro congénere do Algarve precisou de se pôr em bicos de pés para ser notado. Porque será?

FORUM ALBUFEIRA

As presidenciais e o Algarve



Se a maior votação de Cavaco Silva não espanta, a divisão do espaço dito socialista por Alegre e Nobre, tirou o sono aos seus dirigentes.

Embora todos tenham perdido face à maior percentagem de abstenção nacional, Cavaco Silva, o vencedor, teve menos votos que na anterior eleição, revelando a compreensão dos sectores mais avançados da sociedade algarvia sobre o afastamento deste dos problemas concretos da região.

O líder regional do PSD limitou-se às felicitações da praxe que servem os interesses de capelinha com os olhos postos na estratégia de poder nacional, deixando para os adversários do poder governativo, “o reconhecimento que os resultados necessitam de profunda reflexão”.

O que isto na realidade quer dizer, apesar do esforço do primeiro-ministro em separar as águas eleitorais, é de que o Governo não tem credibilidade entre os algarvios.

Miguel Freitas percebeu o significado dos resultados e vai reunir o estado-maior para os analisar. Caiu na realidade indesmentível e para a qual tem contribuído com muita propaganda, que os Governos do PS votaram a conjuntura algarvia ao desprezo, cortando no investimento, ignorando os problemas do enfraquecimento económico e financeiro, a degenerescência do emprego e a situação social em geral, arrastando as promessas sobre as obras de grande valor acrescentado – o Hospital Central e a requalificação da EN 125 -, querendo ainda agravar as condições de vida com a imposição de portagens.

As eleições presidenciais acabaram por pôr a nu as fragilidades da actividade e das posições dos dois principais partidos da região, mancomunados com as estratégias nacionais de aplicarem as medidas repressivas sobre a população portuguesa.

Servindo as suas condutas de silêncio sobre as movimentações de organizações e pessoas em protesto pelas portagens, os seus candidatos não foram chamados a pronunciarem-se. Os assuntos específicos da região não mereceram quaisquer referências. Vieram unicamente pelo voto, como se as leis não fossem sancionadas pelo poder presidencial.

As lições tiram-se das práticas e os algarvios têm ultimamente podido constatar que os ventos dos interesses pessoais dos que nos dirigem se sobrepõem aos interesses colectivos com que se fizeram eleger.

Num exercício mental oportuno e face a possíveis eleições legislativas antecipadas, imaginem sobre que matérias incidirão os novos lotes de promessas.

Nesta luta cega pela sobrevivência da ordem capitalista que nos afundou, o Algarve não pode esperar complacência. O presidente reeleito passou-nos ao lado no primeiro mandato e se nos brindou com o silêncio, podemos compreender o que nos espera. No dia seguinte às eleições, a REFER anunciou 5% de aumento nas tarifas no Verão, sobre o aumento verificado neste princípio de ano. O novo líder do PSD, o mais incisivo que conseguiu ser foi em defesa da agilização burocrática do Estado, porque tem processos de investimentos imobiliários pendentes no seu município. Miguel Freitas, ainda anda às voltas com os números que prometeu apurar sobre investimento central do Estado. O famoso Grupo de Estudos sobre Transportes prometido, quando nascer já arranca com estes aumentos no bucho. No entretanto, todos os deputados eleitos pelo Algarve estão em penitência profunda.

Não faltam razões para o descontentamento algarvio!


FORUM ALBUFEIRA